domingo, 30 de outubro de 2011

Carta escrita por Michael em 2008

Caríssimos, gostaria de lhe fazer uma pergunta: Por quê? Por que é que existe tanta pobreza no mundo? Por que tanta tortura e agonia? E por que crianças morrem e inocentes sofrem? Eu não entendo isso. Você entende isso? Eu quero ajudar. Eu quero fazer as pessoas felizes, mesmo que seja só por um momento. Isso é o que dá sentido a minha vida. Você não me entende? O que eu fiz para você me julgar? Você está realmente com inveja de mim? Você não precisa fazer isso. Você não gostaria de ser eu… Talvez você só queira que eu confesse a minha “culpa”. Sim, é verdade, eu faço o que as crianças adoram! Mas não do jeito que você imagina que seja. Eu as amo do fundo do meu coração. Porque as crianças não fazem guerras. Crianças nunca me fizeram mal algum. Me faz feliz ver os seus olhos brilhando. É um crime querer ser feliz e querer fazer os outros felizes? Muitos deles que me visitam vão morrer em breve, de câncer ou outras doenças terríveis. Eu não vou deixar você me impedir, através de sua arrogância, de dar-lhes apenas um dia feliz! Sim, é verdade que eu fiz cirurgias plásticas! Você sabe o que se sente?! Quantas vezes eu tive que acordar com dor! Quantas vezes eu fiquei sem saber o que esperar de me olhasse no espelho! Quantas vezes eu chorei ao fazer isso! Você não vê que eu estou me punindo por isso, eu não consigo lidar com meu rosto, e comigo mesmo! Porque você também me puni por isso? Sim, é verdade que eu era negro! Você fica com a pele mais escura por causa do sol e se admira por isso. Mas eu estou doente e você me bate por isso. O sol que você ama tanto pode me matar. Antigamente eu também gostava de estar lá fora, ao sol, agora quase só posso sair à noite. Se eu não tivesse me tornado o Michael Jackson que conhecemos hoje, eu também seria assim: eu seria um preto/branco com cachos e um nariz-afro grosso e todos iriam zombar de mim. Bem, agora você me zoa por causa do meu nariz pequeno. Talvez eu já tivesse morto, porque não poderia proteger-me tão bem, como eu posso hoje. Você preferia que eu estivesse morto? Ou que eu não tivesse existido? Mas então você não teria a minha música! Gostaria de não ter “Billie Jean”?! Minha música que você ama, não é? Só eu não. Mas eu faço música para fazer você feliz. Você me tortura com suas palavras vergonhosas. As palavras as vezes podem machucar muito mais do que socos. Muitas vezes eu me sento em um canto à chorar. Pergunto a Deus por que tenho que sofrer isso, porque eu não sei o que fiz de errado. Porque eu nunca fiz mal a ninguém. Tenho medo de você, porque você me machucou muito. E eu nem sequer me defendi. Eu simplesmente me escondo atrás de minhas máscaras. Oh, eu odeio essas máscaras! Sob elas eu mal consigo respirar. Mas não tenho escolha, é a única maneira de me proteger. Mas você não gosta quando eu me protejo. Você prefere chutar um homem indefeso na sua face, mas este favor eu não farei. Eu não preciso ter vergonha de nada que fiz. E como eu posso ver em você, caro desconhecido, há pessoas que entendem a minha mensagem. Meus amigos e eu, nós não vamos para a guerra com tanques. Viemos com girassóis a todos vocês, mesmo que riam de nós e não aceitem nossas flores. Talvez você não entenda, antes, não só as flores, mas o nascer do sol. Com a minha música, com o que eu faço, gostaria de trazer uma luz para o mundo. Mas será necessário que eu me mate, para que alguém acredite em mim? E até que alguém acredite em mim, eu só quero fazer coisas boas e sofro com o seu ódio. Mas então você perguntaria indignado: “E os filhos?” Como você pode pensar em levar quem eu mais amo para longe de mim. Você diz que eles não são meus filhos. Você diz que eu não poderia educá-los. Como você pode saber isso? É mais importante o sangue que corre nas veias deles do que eu ser capaz de morrer por eles? O sua inveja e o seu ódio cego lhe impedem de saber o que significa o amor. Você não me conhece, no entanto, você já me julgou! Você, os jornalistas que me pregam na cruz pela manhã e à noite vão ouvir minha música! Isso é justo! Você não se importa com o que escreve, é simplesmente para atrair leitores e causar manchetes. Mas meu nome é suficiente para atrair as pessoas. Por que é sempre necessário me acusar? Porque você não escreve algo positivo, você não teria que perder tanto tempo! Por que eu tenho de ser “Wacko Jacko”? Você não consegue ver que eu sou o único que está sofrendo? Você me caça como se eu fosse um animal. Não há ninguém que veja que eu também sou um ser humano? Onde você tem seu coração? Você tem misericórdia? Você tem amor? Se uma em cada dez pessoas que receberem essa carta, me entenderem, a minha vida terá valido apena ser vívida

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